Encerramento da Urgência de Ginecologia e Obstetrícia

A Câmara Municipal do Seixal repudia o encerramento de cinco dias das urgências do serviço de ginecologia e obstetrícia, incluindo o bloco de Partos, do Hospital Garcia de Orta. Como ficou visível, este encerramento colocou em causa a saúde da população do concelho do Seixal e teve repercussões, que só não foram mais graves devido à competência e profissionalismo dos bombeiros da Associação Humanitário de Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal.
Como é público, na madrugada de sábado para domingo houve um parto numa ambulância da referida corporação de bombeiros. Como a urgência do Hospital Garcia de Orta estava encerrada, teve que se dirigir ao Hospital São Francisco Xavier (Lisboa), demorando o dobro do tempo no caminho, o que ocasionou que o bebé tivesse nascido na ambulância.
A autarquia repudia totalmente mais este encerramento de um serviço de urgência no Hospital Garcia de Orta, aquele que serve também a população do concelho do Seixal. O presidente da Câmara Municipal do Seixal, Paulo Silva, refere que «é inadmissível que encerrem durante cinco dias o serviço de ginecologia e obstetrícia, obrigando assim a que mulheres e grávidas tenham de fazer dezenas de quilómetros para serem atendidas. A situação só não foi dramática devido à competência e profissionalismo dos nossos bombeiros, aos quais foi solicitado o transporte de uma parturiente para o Hospital de S. Francisco Xavier, uma vez que as urgências do Garcia de Orta, em Almada, estavam encerradas. Para esta situação também foi acionada a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER), com o apoio de médico e enfermeiro, que durante o caminho acabaram por realizar o parto na ambulância, devido ao encerramento do bloco de partos do Hospital Garcia de Orta».
«A Câmara Municipal do Seixal tem alertado desde há vários anos para a degradação e a sobrelotação do hospital de Almada, que foi construído para dar resposta a uma população de cerca de 200 mil habitantes e está neste momento a servir mais de 350 mil. O encerramento sucessivo de serviços de urgência, nomeadamente de obstétrica/bloco de partos, é um sinal preocupante, cujos sucessivos governos parecem não querer ver. É absolutamente necessário que se proceda à valorização das carreiras médicas e de enfermagem de forma a fixar profissionais no Serviço Nacional de Saúde. É cada vez mais urgente que o hospital do Seixal saia do papel e seja construído, dando resposta aos nossos munícipes», acrescenta o autarca.
Importa ainda relembrar que a luta pela construção do hospital no Seixal dura há vários anos. Iniciou-se em 2001, e desde então muitas têm sido as iniciativas realizadas pelas comissões de utentes de saúde, órgãos autárquicos e Plataforma Juntos pelo Hospital para reivindicar a necessidade do hospital no concelho e lembrar o quanto este equipamento é importante para a população. Infelizmente, e até à data, os sucessivos governos continuam a não construir o tão necessário hospital no concelho do Seixal.
A Câmara Municipal do Seixal vai continuar ao lado da população a lutar para que haja de facto um Serviço Nacional de Saúde ao serviço de todos e que dê respostas a quem necessita. Continuará ainda o executivo municipal a revindicar junto da administração central para que o hospital no Seixal seja uma realidade o mais depressa possível. A Câmara Municipal do Seixal agradece aos nossos bombeiros todo o seu profissionalismo e competência, pois, numa situação de urgência, tiveram de improvisar um bloco de partos numa ambulância para suprir o encerramento do bloco de partos do Hospital Garcia de Orta.
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