Para Onde Foi o Meu Corpo?

  • 07
    Quarta-feira
    Maio 2025
    >
    10
    Sábado
    Maio 2025
21.30 h


Espetáculo pela companhia Teatro da Terra.


Classificação etária: M/ 12 anos.
Duração: 75 minutos.

 

«Onde sentimos o medo? Nas mãos? Na nuca? Nos pelos que sobem na pele dos braços. E a tristeza? No peito? Na barriga? Nos olhos quando choramos? E o amor? Ah eu nunca senti amor. Mentira! Senti. Mas foi nos joelhos. Tremeram tanto que fingi que tinha de me ajoelhar para atar os sapatos. Porque tive medo de cair... Mas ultimamente sinto só uma confusão. E os meus joelhos, as minhas mãos e a minha barriga estão todos baralhados, como se fossem uma bola de neve a crescer e a cair em direção a um desfiladeiro...»

Boyle é um rapaz da Geração Z. Depara-se com um acontecimento inesperado. Perdeu o corpo. Céticos? Pois se podemos ter pele de galinha, pés dormentes, pressão na cabeça... um buraco na barriga... um vazio no peito... Quem diz que esse vazio não pode crescer até fazer o corpo desaparecer completamente?

O mais estranho é que Boyle tem um corpo, mas não é real, é um perfil, um avatar  – um outro Boyle – o Boyle virtual que faz tudo o que ele não é capaz de fazer. Ou pelo menos assim parece. É o Boyle_Two_Thousand: a sua identidade virtual, o nome que usa nas redes, para jogar com outros players em rede, para falar com pessoas desconhecidas. O Boyle_Two_Thousand é tudo o que o Boyle queria ser, mas o problema é que só existe quando liga o telefone. Dentro do círculo do Instagram, no ecrã do TikTok. Sim... O Boyle não é bem o Boyle, é assim uma espécie de Boyle inventado. E agora até ele corre o risco de desaparecer. É que se o Boyle real não existir (na verdade se o Bruno não existir), nem o Boyle_Two_Thousand sobrevive.

Tudo começou quando apanhou uma espécie de piolhos, chamados algoritmos. Os algoritmos pareciam estar dentro da cabeça dele, debaixo do coro cabeludo, às vezes até o despertavam no meio do sono. A quererem entrar pelos sonhos adentro. Foi nesse instante que Boyle percebeu que sem querer os pés, os joelhos, a clavícula (!) tinham começado a desaparecer. Pior que uma pressão como a de milhares de toneladas se abatia sobre a sua cabeça, mesmo naquele pontinho onde nascem os pensamentos.

Recuperar o corpo não é tarefa fácil. Mas Boyle lembra-se do pai lhe contar a história dos escafandristas, que eram capazes de resistir à pressão das profundezas marítimas onde a água e a pressão atmosfera têm o peso de muitas toneladas.

Em cena, as identidades do Boyle real e do Boyle virtual, cruzam-se e coexistem. E episódios da escola, amigos e solidão ganham voz a dois corpos.

 

Ficha artística e técnica

Texto: Ana Lázaro | Encenação: Maria João Luís | Com: Bruno Soares Nogueira, Pedro Moldão | Cenografia: Daniela Cardante | Música: Tó Trips | Desenho de luz: Pedro Domingos | Assistência de encenação: Sílvia Figueiredo | Assistência de produção: Filipe Gomes, Carina R. Costa | Direção de produção: Pedro Domingos | Produção: Teatro da Terra 2025.

 

Bilheteira

  • Na bilheteira online BOL (reservas e informações 24 horas: 1820) e nos locais habituais.
  • No balcão de informações da Biblioteca Municipal do Seixal, de terça a sexta-feira, das 10 às 19 horas, e sábados, das 14.30 às 19 horas.
  • Na bilheteira do Auditório Municipal, que abre 1.30 horas antes de qualquer espetáculo e encerra 15 minutos após o seu o início.
Público-alvo
Geral

Bilheteira/Informações 210 976 100 (Fórum Cultural do Seixal)

Bilheteira Online/Reservas (24 horas) 1820 (BOL)

Preço
10 euros (público em geral) | 6 euros (jovens até 25 anos, munícipes, reformados, trabalhadores das autarquias do Seixal, profissionais do espetáculo e para Teatro da Terra)

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